A história do teatro em Portugal

By 18 August 2022

Para a gente entender a história do teatro em Portugal, precisamos fazer uma verdadeira viagem no tempo. Os primeiros teatros portugueses eram chamados de Autos e eram considerados sagrados. São oriundos da Idade Média, diretamente do século 12. No entanto, chegou em Portugal no final do século 15 e início do século 16.

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teatro português

Onde os teatros surgiram primeiro?

Foi na Grécia Antiga que os teatros se tornaram populares, história iniciada por volta do século 6 a.C. Durante esse período, os rituais eram realizados em louvor para o Deus mitológico Dionísio – o famoso deus da fertilidade, do vinho, das festas, do teatro e da alegria.

No entanto, não podemos negar de que esse tipo de manifestação cultural já está presente entre os povos humanos há milhares de anos, bem antes dos registros encontrados na pré-história da Grécia.

As festas do Dionísio duravam alguns dias e aconteciam, principalmente, na época da colheita. Era uma das maneiras de agradecer pela comida e pelo vinho. Um canto de louvor primitivo, chamado de ditirambo, era vocalizado por um grande grupo de cidadãos.

A origem dos teatros em Portugal

Por volta dos séculos 15 e 16, os Autos começaram a fazer parte da cultura portuguesa. Esse tipo de teatro era, normalmente, sagrado. Já foram realizados aos Autos “Da vida de Adão”, entre tantos outros relacionados às vidas de Santos e aos milagres realizados por eles – como os de Santo António.

Antes de chegar em Portugal, as ações teatrais também passaram pela Itália, França e Espanha. Ao atingir o território português, as comédias de Gil Vicente se difundiram pelo país. Assim, tornaram-se populares as boas comédias teatrais.

Gil Vicente nasceu na cidade de Guimarães, em 1465. Ele é considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta. No teatro, desempenhava papéis de músico, ator e encenador.

Teatro Nacional de São Carlos: um dos mais antigos de Portugal

Inaugurado em 30 de junho de 1793, o Teatro Nacional de São Carlos está localizado no Centro Histórico de Lisboa.

O prédio foi construído em apenas seis meses depois da criação do desenho do arquiteto José da Costa e Silva. Os principais elementos que compõem a estrutura são neoclássicos e rococó. O objetivo do Príncipe Regente D. João era substituir o Teatro Ópera do Tejo, de 1755, que foi destruído pelo terremoto que aconteceu em novembro do mesmo ano.

Em frente ao teatro, nasceu uma das figuras portuguesas mais importantes – Fernando Pessoa. Ele foi, entre tantas outras profissões, poeta, filósofo, dramaturgo, tradutor, astrólogo, inventor, empresário, comentarista político.

A história dos teatros portugueses

As manifestações teatrais passaram por grandes mudanças ao longo dos anos. Começaram a ser apresentadas em casas fechadas, restringindo e elitizando o público, além de surgirem diversas novas formas de atuação e espetáculos.

O teatro é sempre um espelho da sociedade, onde as expressões artística, social e política são apenas os reflexos das formas de pensamento dos cidadãos – de acordo com a época e as experiências vividas.

Durante a pandemia ocasionada pelo coronavírus, os teatros de Portugal passaram por momentos difíceis. Uma paralisação nas vertentes culturais resultou em perdas superiores a 70% quando comparadas a 2019. O prejuízo foi de quase 5 milhões de euros, resultando em diversas peças teatrais anuladas, alterações de horários e redução nas lotações das salas – sem contar dos gastos adicionais em relação a higienização apropriadas das salas.

Alguns teatros, como o Maria Vitória e o Politeama, da capital portuguesa, foram fechados temporariamente. Em um cenário pós-pandêmico, as companhias de teatro passaram a reinventar para conseguirem sobreviver. Apresentações teatrais através da Internet, casas voltando a ter suas portas abertas e a digitalização dos teatros estão ajudando, aos poucos, a cultura portuguesa a ser reestabelecida.